sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ÀWON ARÁ MÉFÀ

“O CORPO SACERDOTAL DO CULTO AS DIVINDADES DA CAÇA”

Na Tradição YORÚBÀ as Divindades da Caça tem a sua importância devido à três princípios básicos:
O primeiro é de ordem material, pois esta Divindades quem possibilita as caçadas frutuosas e, em conseqüência, garante a comida em abundância.
o O segundo é de ordem médica, pois os caçadores, estando frequentemente na floresta, estabelecem contato com os OLOSÁNYÌN e os ONÍSÈGUN(Sacerdotes e Curandeiros do Culto à ÒSÁNYìN), possibilitando um amplo aprendizado sobre a medicina natural.
O terceiro é de ordem social, pois quase sempre um caçador quem descobre, sob a proteção das Divindades da Caça, por ocasião de suas incursões à procura da caça, um lugar favorável para o estabelecimento de uma nova roça ou de uma futura aldeia onde ele vem instalar-se com sua família. Este caçador se torna o primeiro ocupante do lugar e o dono da terra, à frente daqueles que virão instalar-se depois dele.
Os caçadores e os pescadores, não correspondem a castas, mas sim a etnias. Suas atividades estão entre as mais antigas da Sociedade Humana: a “caça” que corresponde “duas caças”, uma na terra e outra na água hoje denominada de “pesca” representam também grandes escolas de iniciação, pois não há quem se aproxime imprudentemente das força sagradas da Terra-Mãe e dos poderes da mata, onde vivem os animais e os seres sobrenaturais. A exemplo, o caçador, de modo geral, conhece todas as “encantações da mata” e deve dominar a fundo a ciência do mundo animal.
Dentro do Panteão YORÚBÀ as Divindades da Caça mais conhecidas são:
ERINLÈ ou IBÙALÁMO
ODE
ÒSÓÒSI
ORÈLÚÉRÉ
LÓGUNÈDE
OTIN
entre outros dos quais seus respectivos cultos se perderam na diáspora. Afim de preservar o culto as Divindades da Caça, foi estabelecida uma Irmandade composta por um corpo sacerdotal de seis membros masculinos, dentro de uma sociedade de caçadores. Esta Irmandade intitulada de ÀWON ARÁ MÉFÀ tem contribuído muito para que o culto as Divindades da Caça no Novo Mundo não caminhe a beira da extinção como ocorre em suas terras de origem – a África Ocidental.
DENOMINAÇÕES E FUNÇÕES DOS TÍTULOS:
OLÚ ODE – Primeiro título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ e Chefe dos caçadores; o sumo sacerdote do culto, guardião dos segredos da gênese cósmica e das ciências da vida, detêm o conhecimento, o entendimento e a sabedoria dos mitos e ritos litúrgicos às Divindades da Caça. Este tradicionalista, geralmente dotado de uma memória prodigiosa, normalmente também é o arquivista de fatos passados transmitidos pela tradição, ou de fatos contemporâneos.
 O OLOODE ou ÀKÓ ARÁ MÉFÀ como também é conhecido, desempenha as suas funções auxiliado por seus dois assistentes: o ÒTUN ÀKÓ ARÁ MÉFÀ (o mais graduado dos dois assistentes de um chefe) e seu ÒSI ÀKÓ ARÁ MÉFÀ (o menos graduado dos dois assistentes de um chefe). O ÒTUN exerce a função somente na ausência do ÀKÓ ARÁ MÉFÀ e o ÒSI na ausência do ÒTUN. Caso ocorra a ausência inesperada dos três nada se faz. Mesmo o OLÚ ODE sendo o detentor de todo os segredos do culto ele não poderia realizá-lo sozinho por isso a metáfora a seguir nos explica: “ILÉ BABA MI NÍ ILÈKÙN MÉFÀ” - “a casa de meu pai tem seis portas” ou interpretando a metáfora para os ÀWON ARÁ MÉFÀ “seis em apenas um, um que se divide em seis”. Esta é a expressão resumida de um pacto firmado dentro do sagrado e não poderá ser violado. Desta forma todos os titulares devem serem auxiliados por seus ÒTUN e seus ÒSI.
EPERIN L'ODE – Segundo título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ, o Grande Caçador de Elefantes, a expressão elefante tem a conotação do maior animal de caça, não pela sua carne e sim pela sua presa, o precioso marfim; mas sabemos que o animal mais caçado são os antílopes. Detentor dos “encantamentos da caça”, aquele que antes de sair a uma caçada, com seu misterioso ÌRÙKÈRÈ passa sobre o arbusto de uma determinada folha e pela reação desta, sabia se o grupo deveria ou não sair à caça, pois na antiguidade quando um caçador aventurava-se a caçar e retornava à aldeia sem animais abatido era tido como sinal de mal agouro. Se necessitamos invocar o ÀSE das Divindades da Caça é a ele que deveremos recorrer, inclusive nos Candomblés é o EPERIN que “bate os chifres de boi” emitindo um som característicos que invocam as Divindades da Caça. Os Rito de Sacrifícios são de sua inteira responsabilidade.
KAKO ONÍKÙMÒ EKÙN – Terceiro título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ, “aquele que esta armado com a clave do Leopardo” o que significa que tem o poder de julgar e condenar, já que a figura do Leopardo esta associada à Justiça dos Homens. Sua função é manter a ordem política e social entre a comunidade de caçadores e a própria Irmandade, pois segundo o pacto não deve haver disputas ou desavenças entre si.
PAKÙN ODE – Quarto título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ aquele que auxilia o EPERIN nos ritos de sacrifícios e esta a seu cargo o trato dos animais antes e depois do sacrifício, com exceção da cozinha, pois sabemos que mesmo em território YORÚBÀ “ao homem esta vedado a cozinha ritual”.
ODE APERÍ – Quinto título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ detêm o conhecimento dos encantamentos, louvações, rezas e cânticos as Divindades da Caça. Este terá o direito de formar um um grupo de pessoais que auxiliar no coral e no conhecimento
dos mesmo
ONÍ PÓNPÓ – Sexto título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ o guardião do templo dos caçadores aquele que detêm o poder de invocar a força de ELÉGBÁRA, juntos protegem a comunidade dos ataques dos AJOGUN (os inimigos sobrenaturais dos Homens). Embora este título pertença a esta Irmandade, aquele que o exerce é um dos sacerdotes do Culto à ALÁKETU – o primeiro Rei da cidade de KETU e ancestral do primeiro Rei da etnia ÈGBÁ (atualmente habitantes da cidade de ABEOKUTA)
Fora desta Irmandade mas pertencente ao Culto as Divindades da Caça ou a Sociedade de Caçadores, existe um IJÓYÈ “posto feminino” denominado ÌYÀ ODE ou ÌYÁOFARASODE, guardiã dos segredos de ÌYÁ APAOKA ou ÌYÁ NBANBA e que desempenha sobretudo a função de sacerdotisa; e não poderia ser diferente entre os demais cultos, pois “nada se faz somente com homens, assim como nada se faz somente com mulheres” a exemplo temos a Sociedade EGUNGUN e a Sociedade GELEDE.
Outros OLÓYÈ “posto masculino” que merecem um estudo a parte é o AFIRIKODE ou como muitos o conhece AFRIKODE e o OMOREKUN. que
em alguns tradição também e considerado como um Ara Mefa entre os oloye dos caçadores ainda temos o ONI ABO ODE, ONI TAFAODE E UMA SACERDOTISA MUITO IMPORTANTE DENTRO DESTE CULTO A IYA OFARERE.

 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Agere - Toque de Evocação aos Deuses da Caça

Dendezeiro (IgI Ope)

Relato feito à base de pesquisa
em fontes diversas.


Que outro vegetal pode ser mais importante para nosso contexto religioso que o dendezeiro?
Creio que podem existir outros tão importantes quanto ele mas nenhum mais importante do que ele.
Das suas folhas fazem-se as franjas do mariwo, cortinas sagradas que têm por finalidade resguardar e separar o sagrado do profano.
Um canto louvado nos candomblés de ketu mostra o pode do mariwo
Biri-biri bò wón lójú
Ogbéri ko mo Mariwo
( as trevas cobrem seus olhos ,O não iniciado não pode conhecer O mistério do mariwo)
De seus frutos extrai-se o óleo de palma, conhecido no Brasil como “azeite de dendê, entre os nagôs como “epo pupa” e entre todos os iniciados como "sangue vermelho do reino vegetal e classificado como um elemento Eró.
Retirada a polpa de seus frutos, de onde se obtém o azeite, resta uma semente, pequeno caroço no interior do qual se encontra um coquinho do qual se extrai um óleo finíssimo denominado “óleo de palmeira”, conhecido em yorubá pelo nome de “ADI”.
Não bastassem os diferentes produtos que nos é fornecido por esta árvore, devemos nos reportar aos seus significados mais profundos.
O dendezeiro é a árvore sagrada de Ifá e é de seus frutos que se obtêm os negros caroços que, depois de ritualisticamente consagrados, irão representar ORUNMILÁ em seus assentamentos, além de servirem para as consultas ao oráculo de Ifá onde o próprio Orunmilá é contatado por seus sacerdotes, os babalawo. Aos caroços assim consagrados dá-se o nome de “IKIN”.
Somente os “IKIN” que possuam quatro “olhos” ou mais servem para esta finalidade, sendo que aqueles que possuem apenas três olhos não devem ser usados para este fim..
O dendezeiro é classificado cientificamente como " família das "palmáceas", este vegetal possui ainda duas variações.
A primeira, “comum”, é a mais utilizada na cultura deste vegetal, por produzir, em maior quantidade, frutos maiores e que atendem melhor ao objetivo da produção de mais óleo.
A variedade “idolátrica” produz frutos menores e, por este motivo não é cultivada como sua irmã “comum”, mas é ela que produz as sementes de quatro ou mais olhos o que não ocorre em relação à espécie comum, que pode, ocasional e muito raramente oferecer-nos um caroço de quatro olhos entre milhares de três, e isto é uma exceção dificílima de ocorrer.
Esta diferença sempre foi conhecida pelos africanos que dão, ás duas espécies, nomes diferentes.
O Igi Ope como é chamado pelos Nagôs/Ketu além destas propriedades citadas que são utilizadas nos rituais sagrado dos Orisa, quero aqui complementar partes que são de grande importância em nossos rituais religiosos.
IBALÚ são os talos que são retirados das folhas do igi ope quando estão fazendo as franjas do mariwo, o Ibalú é um elemento de ancestralidade que os sacerdotes Asoba usam na confecção dos símbolos sagrados, o Orisa Obaluaiye e do Orisa Nana e dos orisa Osumare e Osayim, ressaltando que estes símbolos tem todo um ritual para serem feitos, e poder transmitir a força de ase, que estes orisas possuem, hoje muitos compram em lojas de artigos religiosos, revertidos com produtos que não tem validade religiosa, como SASARA e IBIRI,que por sua vez deveriam ser feitos, nas próprias casas de ase.
EKURO é um elemento retirado das casca do Iki quando são cozidos para ser extraído o Epo Pupa, Ekuro utilizada no ritual de iniciação do culto do Orisa Aira e o GOSÓ, é outro elemento transmissor de ase que é retirado do tronco do Igi Ope e utilizado no Ajere do Orisa Oya e Orisa Sango. tronco do Igi Ope e retirado o Emú uma bebida usada no culto do Orisa Ogun, conhecido tradicionalmente como vinho de palma.
Epo pupa é elemento transformador de ase contrariando o que muitas pessoas pensam,ser elemento GUN, na verdade é um elemento ERO

Chegada dos Orisás na Terra

Fonte de Pesquisa:
Ifá Divination - William Bascom 

Naquele tempo , a terra havia sido criada e sua extensão era muito pequena, estando a maioria do globo , coberto pelas águas do Oceano.
Olodummare [deus criador de todas as coisas] ordenou que os Orisa viessem habitar no pequeno espaço de terra firme existente, para la estabeleceram e habitaram para o surgimento da vida humana.

Todos os Orixas foram consulta Orunmilá [ segunda pessoa do criador] e na consulta saiu a figura de Ejiogbe sendo determinado uma oferenda, que todos os Orixas deveriam oferecer ,para que suas missões fossem coroadas de sucesso.
Como a oferenda determinada fosse muito dispendiosa, todos com exceção de Orisalá, negaram em fazer a oferenda, e assim seguiram para a terra recém criada por Olodunmare. Como Orisalá fez a oferenda ,foi no primeiro a chegar na terra, já que Esu[senhor dos caminhos] li ensinou o caminho mas perto sem obstáculo, e criando todos tipos de dificuldade para os demais chegaram em terra firme, com isto os demais Orisa ao chegar em terra firme encontraram Orisalá já estabelecido

Durante o tempo em que Orisalá permaneceu sozinho na terra antes dos outros Orisa chegar foi recebido uma missão por Olodunmare de que com suas próprias mãos fizerem todos os tipos de serviços, e construir seu reino o que provocou uma deformação na sua costas,passando a usar um cajado para ajudar a caminhar.
Um a um os Orisa foram chegando e toda a terra já esta cercada de plantas e sendo Orisalá o seu legitimo dono. Os Orisa sem ter onde ficar e estabelecer seus reinos, se reuniram em assembléia para deliberarem de que maneira iriam proceder,para que pudessem cumprir suas missão determinadas por Olodunmare, e nesta reunião chamaram Orisalá.
O que desejam agora que eu realizei todo trabalho pesado? perguntou Orisalá, só lhes restas habitarem nas profundeza do oceano, já que encontrarem toda terra trabalhado por mim.
Diante da posição de Orisalá, os demais Orisa prestaram-se diante dele e com os rostos encostados na terra suplicaram que lhe desse um pedaço de terra firme, para que pudessem realizar seus trabalhos, e que ficasse ele mesmo, com o Oceano e toda a riqueza que habita no mar.
Orisalá então nomeou seu filho, mais velho [Olokun] para reinar em todos os oceanos e ser domo de todas as riqueza lá existente, enquanto ele Orisalá reinava em todo planeta, e concordou em distribuir para todos os Orisa uma parte de toda a natureza existente no planeta, exemplo = água, floresta , ar, terra , cachoeira , sol , fogo, vento, e que cada um construi-se seus reinados sobre as energias existente no planeta, e que todos lhe prestassem obediências, coroados e aclamados por todos os habitante da terra.
Aparte de então Orisalá por ter feito oferenda determinado por Orunmilá passa a ser o grande Orisa funfun terceira pessoa de Olodunmare
Itan de ejiogbe na criação da terra
primeira pessoa Oludunmare
segunda pessoa Olunmilá
terceira pessoa Orisalá
 



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os Povos Nagos e o Criador Supremo

Fonte de Pesquisa:
Ifá Divination - William Bascom 


Os Povos Nagos acreditam num criador supremo, chamado Olodumare ou Olorun, que além de criar o céu e a Terra com todos os seus habitantes, criou também as divindades (orisa ou imole) e os espíritos (ébóra).
Esses seres são de naturezas diversas. Alguns estão com o Criador desde o princípio, antes da criação da Terra, e são chamados de divindades primordiais. Outros são figuras históricas de reis, heróis, guerreiros, etc., que se transformaram em orixás por seus feitos. Outros representam elementos da natureza: árvores, rios, lagos.
Todos os nagos acreditam na existência de um Ser Supremo. É muito raro encontrar uma pessoa de origem nagôs que seja atéia. Todos professam uma religião, não importa qual.
Os nagôs que seguem a religião dos orixás respeitam o criador de uma tal forma, que nem pronunciam seu nome. Às vezes referem-se a Ele como Baba (pai), ou como Olojo-oni-o (o dono do dia de hoje).
No Antigo Testamento vemos que os hebreus não pronunciam o nome de Deus. Eles acreditam que Deus é maior e tem que ser respeitado. Procuram referir-se a Ele usando outro nome - Yaawe. Da mesma forma os iorubá acreditam que o nome do Criador não pode ser mencionado, em sinal de respeito. Preferem dizer Eleda (criador - que criou o céu e a Terra), Elemi (aquele que tem o coração dos seres humanos), e muitos outros nomes.
Olodumare - Nome de origem duvidosa. Os mais velhos dizem que tem a conotação de “Alguém que tem a totalidade da grandeza máxima” ou “A majestade imortal de quem os homens dependem”.
Olorun - Significa “Dono do céu”, ou “Senhor cuja morada é o céu”. Nas orações usam a expressão Olorun-Olodumare (sempre nessa ordem), significando “Deus supremo que mora no céu e que é todo poderoso”.
Eleda - Significa “Criador”, o Deus Supremo é responsável por toda a criação. É um ser auto-criado, e origem de todas as coisas.
Alààyè - Quer dizer “Aquele que vive”. Sugere que Deus é eterno. Há mesmo um dito popular que afirma: "A ki igbo ikú Olodumare” (Nunca ouvimos falar da morte de Olodumare).
Elemìí - Significa “O dono da vida”. Quer dizer que todos os seres devem-lhe a vida.
Quando Deus retira a respiração de um ser vivo, este morre. É por isso que ao fazer planos para o futuro os iorubá dizem: “Bi Elemìí kò ba gba a, emi yio se èyi tábi èyiinì” - “Se o dono da vida não a tirar, eu farei isto, ou aquilo”.
Olojo-oni - Quer dizer “o dono, ou aquele que controla os acontecimentos do dia de hoje”. Enfatiza a dependência total do ser humano e seus planos.
Além desses há mais uma infinidade de outros nomes. Podemos concluir que, para os iorubá, o Ser Supremo é o Criador do Céu e da Terra, aquele que tem a majestade eterna e maior grandeza e que determina o destino dos homens. Embora se diga que sua morada é no céu, ele não é inacessível, nem está afastado dos homens. Entretanto não deve ser evocado por qualquer motivo. A função dos orixás é justamente servir de mensageiros entre os homens e Olodumare.
É criador - Em todos os mitos a criação da Terra, do céu, de todos os seres vivos e de tudo que existe, bem como de todos os orixás, é atributo de Olodumare. Quando aparece qualquer outra divindade, não tem poder decisório, nem autoridade. Serve apenas como mensageiro. O povo diz que "Ise Olorun tóbi" - O trabalho de Deus é poderoso.
É único - Significa que não existe outro como ele. Por isso não existem estátuas representando-o. Há símbolos, mas não imagens, porque nada pode ser comparado a ele.
É imortal - O Ser Supremo é eterno. Não se imagina que o Dono da Vida possa morrer. É descrito como "óyígíyigí otá ìkú" - A grande pedra imóvel que nunca morre.
É onipotente - Para ele nada é impossível. É descrito como "Oba a sè kan ma kú" - O rei cujos trabalhos são feitos com perfeição. As coisas que ele aprova são bem sucedidas, mas as que não recebem sua bênção tornam-se difíceis ou impossíveis. Há um ditado que diz: "A dùn íse bi ohun tí Òlodumarè l'owo sí. A sòrò íse bi ohun tí Òlodumarè kò l'owo sí" - Fácil de fazer como aquilo que reAlém desses há mais uma infinidade de outros nomes. Podemos concluir que, para os iorubá, o Ser Supremo é o Criador do Céu e da Terra, aquele que tem a majestade eterna e maior grandeza e que determina o destino dos homens. Embora se diga que sua morada é no céu, ele não é inacessível, nem está afastado dos homens. Entretanto não deve ser evocado por qualquer motivo. A função dos orixás é justamente servir de mensageiros entre os homens e Olodumare. 


Atributos do Ser Supremo

Transcrevemos abaixo alguns títulos pelos quais Olodumare é conhecido, e que podemos identificar em rezas e oriki.
É criador - Em todos os mitos a criação da Terra, do céu, de todos os seres vivos e de tudo que existe, bem como de todos os orixás, é atributo de Olodumare. Quando aparece qualquer outra divindade, não tem poder decisório, nem autoridade. Serve apenas como mensageiro. O povo diz que "Ise Olorun tóbi" - O trabalho de Deus é poderoso.
É único - Significa que não existe outro como ele. Por isso não existem estátuas representando-o. Há símbolos, mas não imagens, porque nada pode ser comparado a ele. cebe a aprovação do criador; difícil como aquilo que o criador não aprova.
É imortal - O Ser Supremo é eterno. Não se imagina que o Dono da Vida possa morrer. É descrito como "óyígíyigí otá ìkú" - A grande pedra imóvel que nunca morre.
É onipotente - Para ele nada é impossível. É descrito como "Oba a sè kan ma kú" - O rei cujos trabalhos são feitos com perfeição. As coisas que ele aprova são bem sucedidas, mas as que não recebem sua bênção tornam-se difíceis ou impossíveis. Há um ditado que diz: "A dùn íse bi ohun tí Òlodumarè l'owo sí. A sòrò íse bi ohun tí Òlodumarè kò l'owo sí" - Fácil de fazer como aquilo que recebe a aprovação do criador; difícil como aquilo que o criador não aprova.
O povo diz também "Aìsàn ló dùn íwò, a kò rí t'Olojo se" (A doença pode ser curada, mas a morte pré-determinada não se pode evitar), porque crêem que o "Controlador dos Acontecimentos Diários" (outro nome para Olodumare) pré-determinou o que acontecerá a cada pessoa em cada momento da vida, inclusive a morte, e esse dia não pode ser mudado.
Por esse motivo chamam-no também de Olorun Alagbara (deus poderoso), Oba ti dandan re ki isele (rei cujas ordens nunca deixam de ser cumpridas) e Alèwi-Lese (aquele que põe e dispõe como quiser).
É omnisciente - Tem conhecimento de tudo. Tudo sabe, tudo ouve e tudo vê. É chamado de eleti igbo aroye (aquele que sempre ouve as queixas das pessoas), e também A-rinu-rode olumo okan (Aquele que vê o lado de fora e o lado de dentro das pessoas, o desvendador de corações).
É rei e juiz - Olodumare é visto como um rei muito importante e um juiz imparcial. Chamam-no Obá a dake dajo - O rei que senta em silêncio e distribui justiça. Os iorubá acreditam que ele vê tudo: Bí Oba aiye ko ri o, ti oke 'nwo o (Se o rei da terra não vê você, o rei do céu o vê).
É transcendente - O criador é concebido como um ser social, interessado no que acontece com as pessoas. Protege aqueles que viajam, ou que vão dormir. Ouve as pessoas onde quer que elas se encontrem.
O povo iorubá não lhe ergue templos, mas seu nome está sempre no pensamento das pessoas nas orações ou agradecimentos, em ditados e provérbios. Eles sabem que o ser supremo é o criador e governante do universo, enquanto as divindades, criadas por ele, são seus intermediários.  É descrito pelo povo como Atererekaye (aquele que faz o mundo todo sentir a sua presença) ou Ogbigbà tí 'ngbá alailara (o que vem para ajudar aqueles que precisam).

Sacrifício de Animais


O sacrifício de animais nas religiões de matriz africana ,não é realizada de forma banal, como amplamente tentam divulgar a busca do sensacionalismo e sobre tudo a busca da explanação negativa de uma pratica milenar que visa outro aspectos, a renovação da vida.
Esclarecemos que o sacrifício animal, é realizado apos consulta ao oráculo, no qual são definidos os animais que serão ofertados aos deuses, que normalmente são: galo, cabrito e galinhas
Desses animais os deuses utilizam-se apenas das partes vitais, as demais parte do animal sacrificado é ofertado em comunião com os devotos da nossa religião que alimentam-se durante as cerimoniais religiosos com esses animais, de forma à harmonizar e revitalizar o elo religioso dos praticantes com os deuses africano,ou seja,utilizáramos estes alimentos para deleite próprio, não diferenciando essa [carne] da que compramos em mercado, açougue e que são consumidos por quase toda população.
Seriamos tão questionados se compassemos esses animais mortos em mercado e ofertássemos aos nossos deuses?
Do que difere o sacrifício que realizamos, daqueles que são realizados em cidades do interior por pessoas que criam animais para consumirem alimentos fresco, para fazer o popular “frango de molho pardo”? ou ainda dos sacrifícios realizados em larga escala pelas industrias alimentícias, para comercialização nos grandes mercados da cidade
O que difere de fato é o falso moralismo de alguns em detrimento de muitos, realizamos sacrifício de animal em prol da VIDA, não sacrificamos pessoas e seus costumes, não sacrificamos a moral de pessoas que tentam sobrelevar sua religião a um patamar igualitário as outras de direito e respeito aos próximo
Enquanto sacrificamos animais [ que são vendidos mortos em qualquer esquina], sacrificam a integridade física e moral da nossa população religiosa, que são alvejados diariamente por pessoas que denominam nossos deuses africanos, de “ encosta”. Esse sim é um sacrifício a ser extirpado da nossa sociedade, esse sim é um sacrifício pecaminoso e nocivo a população e que dever ser abolido, espero os comentários dos demais participantes.
Baba José Carlos Ibualamo

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Babalòrìsà José Carlos de Ibùalámo


O Babalòrìsà

O Babalòrìsà José Carlos de Ibùalámo, é natural da cidade de Castro Alves, (recôncavo baiano) filho de santo da Ìyálòrìsà Maria de Nàná, fundadora do Ilé Asè Silanje (Feira de Santana - Bahia). Homem catedrático do Candomblé, não centrou seus esforços somente no sacerdócio, e fundou o "Grupo Beneficente e Cultural Oluwa", que dentre outros aspectos, assiste a comunidade com programas em parceria com a Prefeitura e o Governo do Estado de São Paulo.
O Babalòrìsà José Carlos, é um homem calmo e sereno, que vislumbra na religião, o pilar para a harmonia entre as pessoas. Para pai José Carlos, seus filhos de santo são extensão de sua família, repudia a intolerância na casa de Candomblé, diz que, embora exista uma hierarquia a qual certamente deve ser seguida, existe sobretudo, o respeito às pessoas que o acompanham.
Uma história narrada pela mãe carnal do Babalòrìsà José Carlos (Dona Percília Araújo), mostra-nos que a sua missão de zelar pelo Òrìsà, foi anunciada antes mesmo do seu nascimento.
"Quando eu estava grávida de "Bim" (Bim, é o apelido que o Babalòrìsà recebeu de seus familiares ainda criança) eu estava passando por uma mata ao lado da nascente de um rio, carregando um feixe de lenha com Firmina de Obaluaiye e Tia Totonha de Osala, quando vi um homem negro alto em uma árvore. Esse homem negro, flechou minha barriga e então desmaiei. Quando acordei, comentei com Firmina que havia perdido a criança, sendo que um homem havia flechado minha barriga. Ela então se pegou a rir, dizendo que ninguém tinha flechado ninguém, e que eu na verdade devia ter visto "Oxosse" (Òsóòsi)…"
Essa pequena história, nos explica um pouco a missão do Babalòrìsà José Carlos. Quando ele foi iniciado, sua mãe o perguntou que santo ele havia feito, ele então disse que Ibùalámo. Na hora, sua mãe disse que estava errado, e que seu santo era "Oxosse" o caçador. Ela então, contou a história da flechada (até então, desconhecida). O Babalòrìsà explicou que Ibùalámo, à exemplo de Òsóòsì era um grande caçador que tinha um grande enredo com Obaluwaiye e Osala. Nesse momento, ela disse que o santo estava certo, sendo que a pessoa que estava com ela quando foi flechada (Firmina) era filha de Obaluwaiye....
Nascente do Rio Jaguaripe - Castro Alves -  Bahia, local onde tudo aconteceu